quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Aeroporto John Fitzgerald Kennedy Terminal 5

O Terminal 5 do principal aeroporto para voos internacionais nova iorquino – John Fitzgerald Kennedy, ou simplesmente JFK, com seus mais de 50 anos, ainda é uma grande obra de arte, em termos de terminais para passageiros.

Projetado pelo renomado arquiteto finlandês Eero Saarinen (entre outros de seus famosos projetos, estão o terminal do aeroporto Washington Dulles, e também mobiliário residencial, com famosas cadeiras e mesas), é um belo exemplo da capacidade construtiva do concreto armado, em formato semelhante ao de uma “concha de mar” (thin shell, no termo em inglês), fazendo com que o concreto trabalhe preponderantemente à compressão – atuando como um conjunto de arcos.

Foi “encomendado” por uma das gigantes mundiais da aviação à época, a opulenta e glamourosa TWA (Trans World Airways) de então. Era uma época de rápido desenvolvimento da aviação mundial, suportada pelos avanços tecnológicos advindos da Segunda Grande Guerra (o principal item são os propulsores a jato, garantindo maiores velocidade e altitude de cruzeiro aos aviões dessa categoria, deixando-os muito superiores aos seus “irmãos” mais lentos e ultrapassados, os aviões turbo-hélice, principalmente em voos mais longos), e também da recuperação e crescimento econômico do Ocidente como um todo. Nos EUA, ainda não eram American, Delta, United ou Continental as companhias aéreas mais importantes, e sim a PanAm (Pan American Airways, que inclusive tinha uma “subsidiária” brasileira, a PanAir do Brasil, que misteriosamente acabou sendo absorvida, durante o regime militar, por uma empresa menor à época, a gaúcha Varig), tendo como grande nome o visionário Juan Trippe, abrindo rotas mundo afora com seus “Clippers”, e já citada TWA, que tinha como um de seus principais nomes o não menos genial e muitas vezes até mesmo insano Howard Hughes. Então, nada mais natural do que esta última desejar um terminal de passageiros exclusivo, com uma arquitetura marcante, no mais importante aeroporto da mais importante cidade norte americana (talvez do mundo, à época, sob vários aspectos).
Assim nasce o Terminal 5, utilizado por décadas a fio pela grande empresa aérea que era a TWA. Porém, nos anos 90, a TWA estava muito decadente, com aviões ultrapassados e vendendo algumas de suas mais importantes rotas (rotas transatlânticas, por exemplo) por “alguns trocados”; então, em 1996, veio o nocaute: um antigo Boeing 747-100 da empresa cai no Oceano Atlântico, tendo saído de NY em direção à Europa, com centenas de pessoas à bordo, e todas morrem – por muito tempo se discutiu a possibilidade de um ataque terrorista, porém, mais recentemente a hipótese mais aceita é a de alguma falha nos tanques de combustível da velha aeronave tenha causado o gravíssimo acidente. Pouco tempo depois, a TWA é adquirida pela American Airlines a preço de banana, incluindo o imponente edifício no JFK.
Mas o Terminal 5 não foi utilizado pela American, e ficou ocioso por um bom tempo. Em 2002, inclusive, neste edifício foram gravadas algumas cenas do filme “Prenda-me Se For Capaz” (Catch Me IF You Can), dirigido por Steven Spielberg e tendo Tom Hanks e Leonardo di Caprio como seus principais atores (sendo que boa parte do seu enredo é baseada em fatos reais, em que um jovem inteligente e hábil se fingiu de piloto da Pan AM por alguns meses e viajou a vários lugares do mundo, entre outros fatos).

Após esse triste abandono, porém, o Terminal 5 ainda promete um grande futuro. Em dezembro de 2005, a revolucionária empresa Jet Blue, em forte ascensão desde que foi fundada no final da década de 1990, anunciou a aquisição do Terminal 5, com uma grande reforma, e finalmente este foi inaugurado em 2009, com toda a pompa que merece. Mais uma grande jogada da Jet Blue, que agora comanda um exclusivo, tradicional e muito bonito terminal de passageiros no importantíssimo JFK.
Quanto ao partido arquitetônico, conforme pode ser observado nas imagens, pode-se destacar o interior (além do exterior, evidentemente) muito futurista deste terminal aeroportuário. Tudo, incluindo paredes, teto, guarda-corpos, telões com listagem dos voos, balcões, lanchonetes e todo o resto, têm aspecto marcadamente futurista e que remetem as mentes dos passageiros a temas aeronáuticos.
Longa vida ao T5!

(G. Serra)